terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Uma nota no espelho

"Os corações frouxos têm destas energias súbitas, e é próprio da pusilanimidade iludir-se a si mesma". M. de Assis.

Quando meu avô morreu não pensei que sentiria tanta falta. Foi rápido.
O que é distante pode ser mais próximo que o próximo. Eu me achava distante, digamos, extremamente longe do meu querido avô. Exceto para pedir brinquedos e coisas para as minhas pinturas abstratas de criança. Ele, por outro lado, pensava de forma diferente, aproveitava tais pedidos para se ver mais perto de mim.
Quando ele morreu eu percebi que éramos mais unidos do que jamais imaginaria se ele estivesse vivo.
A distância aproxima?
Às vezes a gente não percebe. Não percebemos que aquele ao lado está em outro plano, e nós estamos aqui, pensando firme. Isso pode ser ruim, deixar que as relações se afrouxem. Pode ser bom, deixar que sentimentos parecidos não se confrontem e não abalem corações já afrouxados por si só.

Quem de nós está mais distante agora?
Aconteceu assim comigo, e provavelmente deve acontecer com você também.

Rápido, como a vida e a morte.

A nota: Dedicado a quem a carapuça servir.

2 comentários:

Tamara Costa disse...

quando meu amor morreu, também senti a mesma impressão, talvez não fossemos tão próximos, mas distantes não éramos....lembro de ficar horas vendo ele pintar e esculpir...ele morreu no dia do meu aniversário.

^^olá isa, vou add seu blog no meu blogroll...

Cintia Pereira dos S. Machado disse...

Serviu para mim. Preciso me aproximar das pessoas que amo antes que seja tarde. Mas sei que, mesmo longe fisicamente, nossos pensamentos estão unidos.