terça-feira, 24 de novembro de 2009

Mas não acho que sou muito gente...

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Ele: Santa Virgem, Macabéa, vamos mudar de assunto já!
Ela: Falar então de quê?
Ele: Por exemplo, de você.
Ela: Eu?!
Ele: Por que esse espanto? Você não é gente? Gente fala de gente.
Ela: Desculpe. Mas não acho que sou muito gente.
(Lispector, 1995)
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É que, pelos limites da reflexão sobre a existência, às vezes me esqueço de perceber que estou diante da própria percepção de concsiência. O limite do existir, se existo ou não. Espero eu, como uma epifania, o entendimento da minha real existência aqui. Talvez, quem sabe, despertar para o real. Mas não o meu real.
Sentir que posso falar de mim, sabendo que tenho condição humama para isso.

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